sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Descobrindo a Gravidez!

No dia 29 de dezembro de 2011, após um diagnóstico laboratorial, obtivemos a melhor notícia do ano! Com o resultado do Beta HCG, iniciava, assim, uma nova fase em nossas vidas. A partir de agora sabemos: estamos grávidos! Este foi o nosso passaporte para um mundo repleto de emoções, onde cada dia será diferente.
"Perpetuar a existência, dar continuidade à família, ver um ser crescer a
partir de um ato de amor e desfrutar de todos os segundos desse desenvolvimento
é um processo maravilhoso para os pais, e sobretudo para as mães, pois somente
elas podem sentir cada passo desse maravilhoso período que dura em torno de 40
semanas, dentro de seus ventres."

Minha última mentruação foi em 26/11. Fiz o beta dia 29/12 e deu 534.50. Pelos cálculos, acho que engravidei dia 10 ou 11 de dezembro. Estou na 3 para 4 semana, mas como os médicos costumam contar a partir do primeiro dia da última menstruação, estou na 5 para 6 semana. Minha primeira US será dia 19/01.

Meu marido e eu estamos muito felizes pois passamos um 2011 cheio de incertezas, pois descobri a endometriose e a adenomiose, fiz tratamento com Zoladex, quase fui pra mesa de cirurgia, mas optamos por tentar o baby primeiro e deu certo já no primeiro ciclo! Foi a melhor notícia do ano!

Minha GO receitou Utrogestan 200mg (via vaginal) 2x ao dia, vitamina C, vitamina E e materfolic. Além disso, ela me orientou a ficar o máximo de repouso possível. Não carregar peso, não fazer esforço, evitar subir escada e não ter relações sexuais, no mais, vida normal, tenho inclusive vindo trabalhar.

O Utrogestan é um suplemento de progesterona, normalmente receitado para mulheres com alguma deficiência nesta área. Dizem que a progesterona é o hormônio responsável por formar a caminha para o bebê, dentro do útero.

Tenho certeza de que este bebê vai crescer forte e sadio em meu ventre! Nossa torcida é para que ele/ela nasca no dia do nosso casamento (04/09). Os cálculos que fiz nos sites de apoio à gestante indicam minha DPP (data provável do parto) como 2 ou 3 de setembro, logo, é bem provável que consigamos nosso bebê como presente de dois anos de casados.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Reflexões sobre o meu 2011

Este ano para mim foi muito conturbado. Descobrir a adenomiose e a endometriose, para mim, foi quase o fim. Imagina eu que sempre quis ser mãe descobrir, com 6 meses de casada, que meu útero está doente e a cada novo exame ou consulta, as opções se fechavam cada vez mais? Imagina eu que aos 30 anos tive 5 meses de menopausa!!!!! Mulheres de 30 provavelmente não sabem o que é ter menopausa.

Imagina eu recém-casada e com todos os sintomas da menopausa: secura vaginal, inapetite sexual, calores incontroláveis, insônia, irritação, alterações frequentes de humor, depressão, tonteira... e tudo isso somada à incerteza de uma cirurgia e ainda com a possibilidade de ficar infértil! Imaginou? Pois é, eu provavelmente me senti pior do que vocês imaginam. Mas mesmo assim eu consegui buscar sempre por notícias positivas, buscar um lado bom no qual eu podia me agarrar pra não entrar de vez na depressão. Vocês não sabem o alívio que foi a minha primeira transa após os efeitos do remédio e tenho certeza que maior será o alívio quando eu, enfim, conseguir realizar o meu grande sonho: ser mãe.

Se Deus quiser vou conseguir pelas vias naturais, mesmo que eu tenha que passar toda a gestação de repouso absoluto - fazendo uma comparação bem surreal - eu farei como a Bella Swan (Crepúsculo) - eu suportarei tudo para ter a alegria de ter um bebê. E, se não for do jeito natural, espero ter êxito logo na primeira FIV (fertilização in vitro)...

Por grande parte deste 2011 eu passei noites e dias chorando, sem conseguir me concentrar no trabalho, sem conseguir entregar um projeto, pensando em me isolar e desistir de tudo. Talvez eu tenha me afastado de algumas pessoas que amo, e sei que fiz isso, mas foi sem querer. Pois o que eu mais quis, em todos estes momentos, foi estar junto de pessoas queridas e, sempre quando perto de minha família e amigos eu me senti mais forte para seguir lutando contra essa doença até que cheguei na semana passada. Há exatamente uma semana eu fui a uma consulta com um ginecologista especialista em fertilização que me abriu horizontes, cancelou minha cirurgia e me mandou tentar...

Bom, vou parar por aqui. Só escrevi para que vocês vejam um pouco mais o que passei...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Difícil segurar a depressão

Mesmo disposta a fazer de tudo para alcançar o meu objetivo de gerar um filho, é muito difícil estar sempre pensando positivo e segurar a deprê. A gente tem que desconcentrar, mudar o foco do pensamento, ....

Hoje me sinto meio voltada para a autopunição. Por mais que eu acredite em Deus e tenha colocado a minha vida em Suas mãos, me pego pensando "O que eu fiz para merecer isso?"; "Por que outras mulheres com menos recursos do que eu podem ser mães e eu não?”. É impossível, também, passar um dia sequer sem pensar nisso, sem querer tanto engravidar. Parece que quanto mais difícil é, mais a gente quer. O sentimento de impotência também rola, mas... eu bem que tenho tentado (e conseguido) me manter forte e positiva, mas tem horas que preciso chorar, preciso desabafar, colocar pra fora todos os medos, incertezas... ainda bem que tenho amigos.

Li uma frase hoje e preciso registrá-la aqui:

"Não permitam que a gravidez seja uma “paranóia” na vida de vocês, pois ela será conquistada no seu tempo de forma muito tranqüila. Você deverá fazer a sua parte seguindo as orientações do seu tratamento. Acredite na proposta que lhe será oferecida. Deixe a ciência fazer a parte dela. Sua gravidez virá com esta naturalidade. Ansiedade só atrapalha."

Que Deus esteja conosco.

domingo, 11 de setembro de 2011

Como adquirir o Zoladex

Como já falei aquim o Zoladex é um medicamento muito caro, mas que pode ser obtido pelo SUS, desde que o paciente se enquadre nas exigêcias.

É preciso ter o Cartão Nacional de Saúde. Saiba mais.

Para obtê-lo, basta solicitá-lo em qualquer posto de saúde, hospitais e clínicas do SUS ou na farmácia popular. É necessária apresentação de documento de identidade com foto, CPF, certidão de nascimento ou casamento e comprovante de residência. O cartão é um direito do cidadão. Com posse do seu cadastro no SUS, você precisará da prescrição do medicamento formulário específico e um laudo (relatório médico) explicando o seu caso para justificar o medicamento.

O Zoladex - ou Gosserrelina (nome científico) - é um dos medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica são indicados para o tratamento de doenças crônicas e/ou raras, em nível ambulatorial, dispensados em farmácias especializadas. Para solicitá-lo ao SUS é preciso ter o Laudo para Solicitação de Medicamentos (LME) adequadamente preenchido pelo Médico e a Prescrição Médica, de unidades SUS ou particulares, desde que inscritos no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde).

Documentação necessária:

  • LME – Laudo de Solicitação de Medicamentos.
  • Prescrição Médica devidamente preenchida (pela denominação comum brasileira).
  • Documentos exigidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do MS.
  • Receita Médica, em 2 vias, com a prescrição do medicamento feita pelo nome genérico do princípio ativo, emitida a menos de 60 dias (validade de 30 dias para medicamentos sob regime especial de controle – PT 344/1998/ANVISA). Clique aqui para ver os medicamentos do CEAF sob regime especial de controle PT 344/1998/ANVISA. Observar que o laudo médico será substituído pelo Laudo de Solicitação que deverá conter a descrição do quadro clínico do paciente, menção expressa do diagnóstico, tendo como referência os critérios de inclusão previstos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas - PCDT do Ministério da Saúde, nível de gravidade, relato de tratamentos anteriores (medicamentos e período de tratamento), emitido a menos de 60 dias.
  • Exames laboratoriais e de imagem previstos nos critérios de inclusão do PCDT.

Mais sobre o Zoladex

Resumo: descobri a adenomiose em fev/mar deste ano e estou, desde então, fazendo tudo o que está ao meu alcance para preservar meu útero e tentar a gravidez.

Após avaliação de meus exames (sangue, ultrasson, ressonância magnética e videohisteroscopia disgnóstica com biópsia) o Dr. Ricardo me informou que devido ao tamanho do meu adenomioma - somado ao fato de eu ser jovem, recém-casada, sem filhos e querendo engravidar - o ideal seria um tratamento medicamentoso antes de partir para uma cirurgia. Ele me indicou o tratamento com o Zoladex ou Gosserrelina, seriam 3 ampolas de 3,6mg cada, para tomar de 28 em 28 dias. Após a terceira eu faria nova ressonância magnética e voltaria a conversar com ele.

Este medicamento seria a minha chance de reduzir o tamanho do meu adenomioma, quem sabe até a um patamar que não fosse mais necessária a cirurgia. Contudo, nossa expectativa (meu e do Dr. Ricardo) era de que meu organismo tivesse uma ótima reação ao medicamento e, com isso, eu pudesse partir para meu objetivo maior que é gerar um filho.

Fato é que cada ampola deste medicamento custa cerca de 600 reais. De cara, eu comprei a primeira injeção, a R$ 620 na Onofre, na Tijuca. Porém eu gostaria muito de obter as outras duas doses por intermédio do SUS. No site da Secretaria de Saúde consta a documentação necessária.

Busquei o maior número de informações, por intermédio de familiares, amigos e redes sociais, preenchi todos os formulários necessários, mas não consegui dar entrada no SUS, devido às minhas férias. Fato é que se eu tivesse tempo hábil eu poderia ter tentado mais. Bastava passar pelo atendimento em um hospital da rede pública, etc, etc, etc... mas eu não tinha esta 'disposição' e acabei contando com o apoio financeiro do meu pai para custear o medicamento.

Sobre o Zoladex 3,6mg

O Zoladex é um medicamento injetável indicado para, dentre outras coisas, o controle da endometriose, aliviando os sintomas, inclusive a dor, e reduzindo o tamanho e o número das lesões endometriais. (Veja mais)

Iniciei meu tratamento com o Zoladex em 07 de julho de 2011. Como o Dr. Ricardo tinha me alertado sobre os efeitos colaterais e tinha inclusive me orientado a conversar com meu marido para explicar-lhe sobre o que nos esperava, busquei logo mais informações e troca de experiências na web. Com isso, conheci o site/fórum www.e-familynet.com.

Este site é um espaço de troca de experiências, no qual a mulher (em sua maioria) tem acesso ao relato de histórias de diferentes mulheres, com diferentes problemas ginecológicos, mas todas com o mesmo objetivo de partilhar (as dores) para minimizar (o sofrimento). Por lá, tem muitos depoimentos sobre o Zoladex. Eu acho que para quem precisa vale a pena se informar por lá, mas devemos buscar sempre as mensagens positivas e usar as informações adquiridas no fórum ao nosso favor.

É impossível não sentir medo no início, afinal não sabemos como nosso corpo vai reagir ao medicamento. Fato é que o medicamento é caro e tem efeitos colaterais 'chatos', mas é distribuído pelo SUS (mediante cumprimento de burocracia) e é o com melhores resultados até o momento.

Com o início do tratamento com o Zoladex 3,6mg, interrompi o tratamento com o Elani 28, pois não seria mais necessário. Menstruei em 12/07, mas logo foi embora. Dias antes eu tinha passado por momentos de muita dor. De certo, o medicamento controlou bem as dores. Sintomas e efeitos eu contarei em outros posts.

sábado, 10 de setembro de 2011

Sobre a Endometriose e Adenomiose

A "Endometriose é uma doença ginecológica definida pelo desenvolvimento e crescimento de estroma e glândulas endometriais fora da cavidade uterina, o que resulta numa reação inflamatória crônica" (conforme descrito no Protocolo Clínico do Ministério da Saúde). Já a adenomiose pode ser resumida como este desenvolvimento acontecendo na parede do útero. Com o acúmulo das glândulas, forma-se o adenomioma, que no meu caso chega a atingir aproximadamente um terço do útero.http://www.blogger.com/img/blank.gif

- Veja o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Endometriose - Portaria SAS/MS nº 144, de 31 de março de 2010. (retificada em 27/08/2010).

Encontrei na internet, em um dos vários fóruns que já li, o seguinte trecho explicativo, por uma médica:

"Endometriose é uma doença benigna, que acomete a pelve e decorre da implantação do endométrio (tecido que forra o útero) em áreas que habitualmente não deveria estar, ou seja, fora da cavidade interna do útero. Já a adenomiose é uma endometriose interna, quando parte deste endométrio invade a musculatura uterina, determinando aumento de volume uterino e/ou aumento de fluxo menstrual, dificultando a implantação do feto e aumentando risco de abortamento.

A gravidez depende de inúmeros fatores, e não só da cavidade uterina. Entre esses fatores estão a fertilidade do parceiro, idade da mulher, tempo de doença, seis meses a um ano de tentativas, etc. A boa notícia é que pode engravidar, mesmo com adenomiose."

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A consulta com o especialista

Minha primeira consulta com o Dr. Ricardo foi em 4 de julho. Fui com a minha mãe. Cheguei com todos os exames nas mãos, inclusive o Risco Cirúrgico, caso ele achasse melhor partir para a cirurgia. Ele é bastante atencioso e desde o primeiro contato demonstrou preocupação com o meu melhor.

De início contei à ele toda a minha história e apresentei os exames. Ele fez alguns exames clínicos, na hora, e partiu para nos explicar as imagens da ressonância. Como informamos a ele minha intenção de engravidar, desde então suas orientações foram para buscar este fim. Apesar de não existirem muitos casos de adenomiose na literatura médica e da endometriose ser uma doença ginecológica recentemente descrita pelo Ministério da Saúde, o cara é especialista e me passou muita segurança.

Fato é que após longa conversa - na qual ele me explicou mais sobre o meu caso e me apresentou as possibilidades de tratamento - decidimos por um tratamento medicamentoso antes de partir para a cirurgia. Ele me prescreveu três doses de Zoladex de 3,6mg, de 28 em 28 dias; solicitou nova ressonância entre 7 e 15 dias após a última dose; e pediu que eu voltasse com o resultado para avaliarmos a resposta do meu organismo.

O Dr. Ricardo me informou sobre os benefícios deste medicamento e também sobre os efeitos colaterais. O Zoladex causa uma espécie de menopausa na mulher. Calores, alterações de humor, falta de apetite sexual, secura vaginal e insônia são alguns dos efeitos causados por ele. Porém, com a relação custo X benefício a tentativa é válida.

Saí do consultório nervosa, confusa com tanta informação, preocupada com os meses que se seguiriam, mas decidida a tentar de tudo. Chorei, foi inevitável, mas sou forte.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Resultados e o Risco Cirúrgico

No dia 30 de abril fui à clinica Ginendo para a realização da videohisteroscopia diagnóstica, com biópsia. Meu marido me acompanhou. O exame é bastante doloroso, principalmente na hora em que a câmera (e a pinça para a biópsia) passam pelo cólo do útero. Nessa hora cheguei a lacrimejar e apertar a mão do meu marido que estava em pé do meu lado. O jeito foi tentar desconcentrar, fechar os olhos e virar o rosto - que até então olhava para o monitor, acompanhando o exame.

Fato é que a realização deste exame é de extrema importância para somar informações em casos como o meu. E, como já falei aqui, me considero uma mulher forte para dores.

Tenho 30 anos, um marido companheiro e um sonho em comum: termos o nosso bebê e estruturar nossa família. Farei de tudo o que estiver ao meu alcance para atingir este sonho/objetivo.

Com o resultado da videohisteroscopia diagnóstica voltei à minha médica. Ela me orientou voltar ao Ginendo para uma consulta com o Dr. Ricardo Lasmar, cirurgião e especialista em casos como o meu. Passou também todo o Risco Cirúrgico para que eu adiantasse o processo.

Fiz o hemograma completo em 23 de maio e o raio X em 26 do mesmo mês, porém fui 'atingida' por uma dengue que me derrubou uma semana, e 'levou' com ela os índices do hemograma. Fiz novo exame de sangue em 15 de junho e fui ao cardiologista no dia 27 (também de junho). No mesmo dia, fiz o eletrocardiograma e voltei no cardiologista dois dias depois para pegar o meu Risco Cirúrgico. Tive o risco atestado com grau 2, devido a uma anemia identificada nos exames de sangue.

domingo, 10 de julho de 2011

O início do tratamento com Elani 28

Após a retirada do DIU, o segundo passo para dar continuidade ao tratamento seria iniciar a administração de um anticoncepcional oral ininterrupto. Minha ginecologista me receitou o Elani 28. Como todas as outras pílulas, o Elani 28 também tem seus efeitos colaterais - e eu tive vários deles - mas de uma coisa eu não posso reclamar: o Elani 28 realmente não engorda, não incha.

Bom, na fase de adaptação do medicamento, que pode durar até 3 meses (mas que em mim durou pouco mais de um mês) tive muito enjoo, azia, enxaquecas fortíssimas e refluxo constante. Para tentar minimizar os efeitos, minha médica sugeriu que eu trocasse a hora do medicamento. Eu estava tomando às 22h e passei a tomar às 6h. Melhorou bastante.

Curiosidade: a maioria das pacientes, levam cerca de 8h para terem esses sintomas, principalmente a enxaqueca. Em mim, a enxaqueca começava umas 13h/14h depois de tomar o remédio, por isso, no meu caso, tomá-lo pela manhã ajudou muito a manter a rotina de trabalho.

O passo seguinte foi partir para uma videohisteroscopia diagnóstica com biópsia, feita em 30/04, na clínica especializada Ginendo.

Março foi um mês corrido

Março foi um mês corrido e bem cheio de acontecimentos na minha vida/saúde. Como falei no post anterior, fiz a ultra no dia 2. O primeiro exame que sugeriu a adenomiose e por conta dele foi possivel afunilar os exames para chegar no resultado.

Neste mês, minha menstruação veio corretinha, dia 14/03 (30 dias depois da anterior), mas já no dia seguinte, tive meu primeiro momento de grande desespero. Em 15/03, enquanto conversava com colegas de trabalho, tive uma hemorragia tão forte que chegou a sujar o chão da sala. Entrei em pânico. Não tive tempo nem, de sentir vergonha, já que eu conversava com pessoas dos dois sexos. Sorte que eu estava de vestido e tinha mais um batalhão de absorventes na bolsa.

Liguei logo pra minha ginecologista. Como eu estava com a ressonância marcada para 3 dias depois ela me permitiu tomar apenas um Transamin, o que foi o suficiente para resolver a hemorragia e não atrapalhou meu exame. Fiz a ressonância magnética em 18/03. Para quem não sabe, a ressonância da pelve, com objetivo de diagnosticar a adenomiose é feita com contraste. Eles dão uma medicação na veia, mas a gente não chega ficar sedada, apesar de ter que ficar parada durente todo o tempo do exame, fiquei acordada o tempo todo.

Até então, eu estava apenas com um Ponstan de 8h em 8h, pois não dava pra ficar tomando um monte de remédios antes da confirmação do diagnóstico.

As dores pioraram em 26/03. Passei o final de semana de cama e aguentei até o final da segunda-feira, 29/03, quando levei os resultados dos exames para a minha médica. Ressonância, sangue, urina, etc. Mas naquele mesmo dia ela me botou de repouso, já que eu não conseguia sequer ficar sentada direito. Era tanta dor que eu não conseguia ficar quieta. Foi ai que ela me receitou outros dois remédios: o Nisalgen (12h/12h) e o Deocil sublingual (8h/8h) além do Ponstan. O Deocil é pra mim, até hoje, um medicamento 'salvador da pátria'.

Fiquei de licença de 29/03 a 03/04, quando eu voltei a tomar apenas o Ponstan (8h/8h) e o Deocil 1x ao dia, ao deitar. Quando tirei o DIU, em 08/04, minha ginecologista mandou parar com o Deocil e só utilizar em caso de dor extrema, pois ele é "viciante".

Como era de se esperar, com a retirada do DIU as dores reduziram bastante. A menstruação desceu, então, em 16/04 e, assim como no mês anterior, no dia seguinte eu tive hemorragia. Desta vez, tomei 3 Transamin, para estancá-la. Foram 4 dias de menstruação, os últimos dias até agora (10/07).

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Essa história começou em fevereiro

Apesar de ter dito aqui que as dores fortes começaram no final do ano de 2010, a minha história com a descoberta da adenomiose começou em fevereiro de 2011.

Eu usava DIU* de cobre há dois anos (desde 6 de janeiro de 2009). Eu sempre senti bastante cólica e tinha TPM, mas nada que me impedisse de levar a vida normalmente. Com o DIU, as cólicas aumentaram, mas a TPM diminuiu, mas ainda assim, as dores me permitiam fazer de tudo, bastando tomar algum remedinho como Buscopam Composto ou Ponstan.

Comecei a sentir muita dor - eram cólicas que se misturavam com dor nas costas - no início de fevereiro deste ano. Cheguei a pensar que era algum problema na coluna e, agora escrevendo por aqui, lembro que essas dores "nas costas" eu já sentia há alguns meses e estava culpando o colchão. Mas as dores sempre passavam, porém desta vez não tinha remédio que resolvesse.

Esperei a menstruação vir - ela veio em 14/02 - mas as dores permaneceram constantes e mesmo depois do ciclo continuaram. O meu quadro piorou no final do mês, com a ovulação e foi quando procurei um ginecologista, mas o médico que me acompanhou desde o início da minha vida (ele me tirou da barriga da minha mãe, o irmão dele foi meu pediatra e ele meu ginecologista desde os 12 anos de idade) estava fazendo um curso fora do país, e sem previsão de volta. Foi então que procurei atendimento com a cunhada do meu esposo que é ginecologista e obstetra. Literalmente um anjo que caiu em minha vida. Fui nela, a primeira vez, em 28 de fevereiro e ela me passou um batalhão de exames dentre eles ultrassom da mama, parede abdominal, transvaginal, hemograma completo e urina.

Em 2 de março fiz a ultra transvaginal que sugeriu a adenomiose e o médico que fez o exame recomendou que eu fizesse uma ressonância magnética da pelve para confirmar o diagnóstico. Ele também identificou ovários micropolicísticos, mas posteriormente verificamos que as imagens vistas fazem parte da adenomiose.

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*Glossário:
DIU - Dispositivo intrauterino - método anticoncepcional que impede a fecundação do óvulo e com isso, é bastante eficaz. Veja mais no ABC da Saúde.
TPM - Tensão pré-menstrual - conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem no período pré menstrual. Veja mais.

O motivo deste blog

Nos últimos 4/5 meses tenho passado por grandes descobertas na minha saúde. A cada nova consulta vem uma nova suspeita e a cada novo exame a confirmação. Bom, vou contar um resumo da minha história.

Nasci em dezembro de 1980, me casei em setembro de 2010. Sou louca para ser mãe e meu esposo para ser pai, mas nem estávamos pensando em ter filho agora. Nos casamos pensando em curtir um pouco a vida a dois e depois partir para a realização de nosso sonho.

Desde dezembro de 2010, minhas cólicas menstruais vinham sendo cada vez mais fortes. Cheguei a não conseguir sair da cama, mas me considero uma mulher muito forte com relação a dores. Fato é que suportei estas dores até o ciclo de fevereiro de 2011 quando as cólicas passaram a ser constantes e muito fortes, chegando a me impedir de usar uma calça jeans, por exemplo.

Em resumo, descobri que tenho adenomiose e focos de endometriose. Neste blog vou contar um pouco desta história, relatando os casos, datas, descobertas e reunindo o que tenho encontrado de informações sobre esta doença, ainda 'nova' para todos. Espero fazer deste espaço um ponto de apoio para mim e para as outras mulheres que sofrem com isso. Fiquem à vontade para comentar, mas, por favor, respeitem cada depoimento escrito aqui, em forma de post ou comentário. Só quem vive sabe o quanto é difícil passar por isso.