quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Difícil segurar a depressão

Mesmo disposta a fazer de tudo para alcançar o meu objetivo de gerar um filho, é muito difícil estar sempre pensando positivo e segurar a deprê. A gente tem que desconcentrar, mudar o foco do pensamento, ....

Hoje me sinto meio voltada para a autopunição. Por mais que eu acredite em Deus e tenha colocado a minha vida em Suas mãos, me pego pensando "O que eu fiz para merecer isso?"; "Por que outras mulheres com menos recursos do que eu podem ser mães e eu não?”. É impossível, também, passar um dia sequer sem pensar nisso, sem querer tanto engravidar. Parece que quanto mais difícil é, mais a gente quer. O sentimento de impotência também rola, mas... eu bem que tenho tentado (e conseguido) me manter forte e positiva, mas tem horas que preciso chorar, preciso desabafar, colocar pra fora todos os medos, incertezas... ainda bem que tenho amigos.

Li uma frase hoje e preciso registrá-la aqui:

"Não permitam que a gravidez seja uma “paranóia” na vida de vocês, pois ela será conquistada no seu tempo de forma muito tranqüila. Você deverá fazer a sua parte seguindo as orientações do seu tratamento. Acredite na proposta que lhe será oferecida. Deixe a ciência fazer a parte dela. Sua gravidez virá com esta naturalidade. Ansiedade só atrapalha."

Que Deus esteja conosco.

domingo, 11 de setembro de 2011

Como adquirir o Zoladex

Como já falei aquim o Zoladex é um medicamento muito caro, mas que pode ser obtido pelo SUS, desde que o paciente se enquadre nas exigêcias.

É preciso ter o Cartão Nacional de Saúde. Saiba mais.

Para obtê-lo, basta solicitá-lo em qualquer posto de saúde, hospitais e clínicas do SUS ou na farmácia popular. É necessária apresentação de documento de identidade com foto, CPF, certidão de nascimento ou casamento e comprovante de residência. O cartão é um direito do cidadão. Com posse do seu cadastro no SUS, você precisará da prescrição do medicamento formulário específico e um laudo (relatório médico) explicando o seu caso para justificar o medicamento.

O Zoladex - ou Gosserrelina (nome científico) - é um dos medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica são indicados para o tratamento de doenças crônicas e/ou raras, em nível ambulatorial, dispensados em farmácias especializadas. Para solicitá-lo ao SUS é preciso ter o Laudo para Solicitação de Medicamentos (LME) adequadamente preenchido pelo Médico e a Prescrição Médica, de unidades SUS ou particulares, desde que inscritos no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde).

Documentação necessária:

  • LME – Laudo de Solicitação de Medicamentos.
  • Prescrição Médica devidamente preenchida (pela denominação comum brasileira).
  • Documentos exigidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do MS.
  • Receita Médica, em 2 vias, com a prescrição do medicamento feita pelo nome genérico do princípio ativo, emitida a menos de 60 dias (validade de 30 dias para medicamentos sob regime especial de controle – PT 344/1998/ANVISA). Clique aqui para ver os medicamentos do CEAF sob regime especial de controle PT 344/1998/ANVISA. Observar que o laudo médico será substituído pelo Laudo de Solicitação que deverá conter a descrição do quadro clínico do paciente, menção expressa do diagnóstico, tendo como referência os critérios de inclusão previstos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas - PCDT do Ministério da Saúde, nível de gravidade, relato de tratamentos anteriores (medicamentos e período de tratamento), emitido a menos de 60 dias.
  • Exames laboratoriais e de imagem previstos nos critérios de inclusão do PCDT.

Mais sobre o Zoladex

Resumo: descobri a adenomiose em fev/mar deste ano e estou, desde então, fazendo tudo o que está ao meu alcance para preservar meu útero e tentar a gravidez.

Após avaliação de meus exames (sangue, ultrasson, ressonância magnética e videohisteroscopia disgnóstica com biópsia) o Dr. Ricardo me informou que devido ao tamanho do meu adenomioma - somado ao fato de eu ser jovem, recém-casada, sem filhos e querendo engravidar - o ideal seria um tratamento medicamentoso antes de partir para uma cirurgia. Ele me indicou o tratamento com o Zoladex ou Gosserrelina, seriam 3 ampolas de 3,6mg cada, para tomar de 28 em 28 dias. Após a terceira eu faria nova ressonância magnética e voltaria a conversar com ele.

Este medicamento seria a minha chance de reduzir o tamanho do meu adenomioma, quem sabe até a um patamar que não fosse mais necessária a cirurgia. Contudo, nossa expectativa (meu e do Dr. Ricardo) era de que meu organismo tivesse uma ótima reação ao medicamento e, com isso, eu pudesse partir para meu objetivo maior que é gerar um filho.

Fato é que cada ampola deste medicamento custa cerca de 600 reais. De cara, eu comprei a primeira injeção, a R$ 620 na Onofre, na Tijuca. Porém eu gostaria muito de obter as outras duas doses por intermédio do SUS. No site da Secretaria de Saúde consta a documentação necessária.

Busquei o maior número de informações, por intermédio de familiares, amigos e redes sociais, preenchi todos os formulários necessários, mas não consegui dar entrada no SUS, devido às minhas férias. Fato é que se eu tivesse tempo hábil eu poderia ter tentado mais. Bastava passar pelo atendimento em um hospital da rede pública, etc, etc, etc... mas eu não tinha esta 'disposição' e acabei contando com o apoio financeiro do meu pai para custear o medicamento.

Sobre o Zoladex 3,6mg

O Zoladex é um medicamento injetável indicado para, dentre outras coisas, o controle da endometriose, aliviando os sintomas, inclusive a dor, e reduzindo o tamanho e o número das lesões endometriais. (Veja mais)

Iniciei meu tratamento com o Zoladex em 07 de julho de 2011. Como o Dr. Ricardo tinha me alertado sobre os efeitos colaterais e tinha inclusive me orientado a conversar com meu marido para explicar-lhe sobre o que nos esperava, busquei logo mais informações e troca de experiências na web. Com isso, conheci o site/fórum www.e-familynet.com.

Este site é um espaço de troca de experiências, no qual a mulher (em sua maioria) tem acesso ao relato de histórias de diferentes mulheres, com diferentes problemas ginecológicos, mas todas com o mesmo objetivo de partilhar (as dores) para minimizar (o sofrimento). Por lá, tem muitos depoimentos sobre o Zoladex. Eu acho que para quem precisa vale a pena se informar por lá, mas devemos buscar sempre as mensagens positivas e usar as informações adquiridas no fórum ao nosso favor.

É impossível não sentir medo no início, afinal não sabemos como nosso corpo vai reagir ao medicamento. Fato é que o medicamento é caro e tem efeitos colaterais 'chatos', mas é distribuído pelo SUS (mediante cumprimento de burocracia) e é o com melhores resultados até o momento.

Com o início do tratamento com o Zoladex 3,6mg, interrompi o tratamento com o Elani 28, pois não seria mais necessário. Menstruei em 12/07, mas logo foi embora. Dias antes eu tinha passado por momentos de muita dor. De certo, o medicamento controlou bem as dores. Sintomas e efeitos eu contarei em outros posts.

sábado, 10 de setembro de 2011

Sobre a Endometriose e Adenomiose

A "Endometriose é uma doença ginecológica definida pelo desenvolvimento e crescimento de estroma e glândulas endometriais fora da cavidade uterina, o que resulta numa reação inflamatória crônica" (conforme descrito no Protocolo Clínico do Ministério da Saúde). Já a adenomiose pode ser resumida como este desenvolvimento acontecendo na parede do útero. Com o acúmulo das glândulas, forma-se o adenomioma, que no meu caso chega a atingir aproximadamente um terço do útero.http://www.blogger.com/img/blank.gif

- Veja o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Endometriose - Portaria SAS/MS nº 144, de 31 de março de 2010. (retificada em 27/08/2010).

Encontrei na internet, em um dos vários fóruns que já li, o seguinte trecho explicativo, por uma médica:

"Endometriose é uma doença benigna, que acomete a pelve e decorre da implantação do endométrio (tecido que forra o útero) em áreas que habitualmente não deveria estar, ou seja, fora da cavidade interna do útero. Já a adenomiose é uma endometriose interna, quando parte deste endométrio invade a musculatura uterina, determinando aumento de volume uterino e/ou aumento de fluxo menstrual, dificultando a implantação do feto e aumentando risco de abortamento.

A gravidez depende de inúmeros fatores, e não só da cavidade uterina. Entre esses fatores estão a fertilidade do parceiro, idade da mulher, tempo de doença, seis meses a um ano de tentativas, etc. A boa notícia é que pode engravidar, mesmo com adenomiose."

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A consulta com o especialista

Minha primeira consulta com o Dr. Ricardo foi em 4 de julho. Fui com a minha mãe. Cheguei com todos os exames nas mãos, inclusive o Risco Cirúrgico, caso ele achasse melhor partir para a cirurgia. Ele é bastante atencioso e desde o primeiro contato demonstrou preocupação com o meu melhor.

De início contei à ele toda a minha história e apresentei os exames. Ele fez alguns exames clínicos, na hora, e partiu para nos explicar as imagens da ressonância. Como informamos a ele minha intenção de engravidar, desde então suas orientações foram para buscar este fim. Apesar de não existirem muitos casos de adenomiose na literatura médica e da endometriose ser uma doença ginecológica recentemente descrita pelo Ministério da Saúde, o cara é especialista e me passou muita segurança.

Fato é que após longa conversa - na qual ele me explicou mais sobre o meu caso e me apresentou as possibilidades de tratamento - decidimos por um tratamento medicamentoso antes de partir para a cirurgia. Ele me prescreveu três doses de Zoladex de 3,6mg, de 28 em 28 dias; solicitou nova ressonância entre 7 e 15 dias após a última dose; e pediu que eu voltasse com o resultado para avaliarmos a resposta do meu organismo.

O Dr. Ricardo me informou sobre os benefícios deste medicamento e também sobre os efeitos colaterais. O Zoladex causa uma espécie de menopausa na mulher. Calores, alterações de humor, falta de apetite sexual, secura vaginal e insônia são alguns dos efeitos causados por ele. Porém, com a relação custo X benefício a tentativa é válida.

Saí do consultório nervosa, confusa com tanta informação, preocupada com os meses que se seguiriam, mas decidida a tentar de tudo. Chorei, foi inevitável, mas sou forte.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Resultados e o Risco Cirúrgico

No dia 30 de abril fui à clinica Ginendo para a realização da videohisteroscopia diagnóstica, com biópsia. Meu marido me acompanhou. O exame é bastante doloroso, principalmente na hora em que a câmera (e a pinça para a biópsia) passam pelo cólo do útero. Nessa hora cheguei a lacrimejar e apertar a mão do meu marido que estava em pé do meu lado. O jeito foi tentar desconcentrar, fechar os olhos e virar o rosto - que até então olhava para o monitor, acompanhando o exame.

Fato é que a realização deste exame é de extrema importância para somar informações em casos como o meu. E, como já falei aqui, me considero uma mulher forte para dores.

Tenho 30 anos, um marido companheiro e um sonho em comum: termos o nosso bebê e estruturar nossa família. Farei de tudo o que estiver ao meu alcance para atingir este sonho/objetivo.

Com o resultado da videohisteroscopia diagnóstica voltei à minha médica. Ela me orientou voltar ao Ginendo para uma consulta com o Dr. Ricardo Lasmar, cirurgião e especialista em casos como o meu. Passou também todo o Risco Cirúrgico para que eu adiantasse o processo.

Fiz o hemograma completo em 23 de maio e o raio X em 26 do mesmo mês, porém fui 'atingida' por uma dengue que me derrubou uma semana, e 'levou' com ela os índices do hemograma. Fiz novo exame de sangue em 15 de junho e fui ao cardiologista no dia 27 (também de junho). No mesmo dia, fiz o eletrocardiograma e voltei no cardiologista dois dias depois para pegar o meu Risco Cirúrgico. Tive o risco atestado com grau 2, devido a uma anemia identificada nos exames de sangue.