domingo, 10 de julho de 2011

O início do tratamento com Elani 28

Após a retirada do DIU, o segundo passo para dar continuidade ao tratamento seria iniciar a administração de um anticoncepcional oral ininterrupto. Minha ginecologista me receitou o Elani 28. Como todas as outras pílulas, o Elani 28 também tem seus efeitos colaterais - e eu tive vários deles - mas de uma coisa eu não posso reclamar: o Elani 28 realmente não engorda, não incha.

Bom, na fase de adaptação do medicamento, que pode durar até 3 meses (mas que em mim durou pouco mais de um mês) tive muito enjoo, azia, enxaquecas fortíssimas e refluxo constante. Para tentar minimizar os efeitos, minha médica sugeriu que eu trocasse a hora do medicamento. Eu estava tomando às 22h e passei a tomar às 6h. Melhorou bastante.

Curiosidade: a maioria das pacientes, levam cerca de 8h para terem esses sintomas, principalmente a enxaqueca. Em mim, a enxaqueca começava umas 13h/14h depois de tomar o remédio, por isso, no meu caso, tomá-lo pela manhã ajudou muito a manter a rotina de trabalho.

O passo seguinte foi partir para uma videohisteroscopia diagnóstica com biópsia, feita em 30/04, na clínica especializada Ginendo.

Março foi um mês corrido

Março foi um mês corrido e bem cheio de acontecimentos na minha vida/saúde. Como falei no post anterior, fiz a ultra no dia 2. O primeiro exame que sugeriu a adenomiose e por conta dele foi possivel afunilar os exames para chegar no resultado.

Neste mês, minha menstruação veio corretinha, dia 14/03 (30 dias depois da anterior), mas já no dia seguinte, tive meu primeiro momento de grande desespero. Em 15/03, enquanto conversava com colegas de trabalho, tive uma hemorragia tão forte que chegou a sujar o chão da sala. Entrei em pânico. Não tive tempo nem, de sentir vergonha, já que eu conversava com pessoas dos dois sexos. Sorte que eu estava de vestido e tinha mais um batalhão de absorventes na bolsa.

Liguei logo pra minha ginecologista. Como eu estava com a ressonância marcada para 3 dias depois ela me permitiu tomar apenas um Transamin, o que foi o suficiente para resolver a hemorragia e não atrapalhou meu exame. Fiz a ressonância magnética em 18/03. Para quem não sabe, a ressonância da pelve, com objetivo de diagnosticar a adenomiose é feita com contraste. Eles dão uma medicação na veia, mas a gente não chega ficar sedada, apesar de ter que ficar parada durente todo o tempo do exame, fiquei acordada o tempo todo.

Até então, eu estava apenas com um Ponstan de 8h em 8h, pois não dava pra ficar tomando um monte de remédios antes da confirmação do diagnóstico.

As dores pioraram em 26/03. Passei o final de semana de cama e aguentei até o final da segunda-feira, 29/03, quando levei os resultados dos exames para a minha médica. Ressonância, sangue, urina, etc. Mas naquele mesmo dia ela me botou de repouso, já que eu não conseguia sequer ficar sentada direito. Era tanta dor que eu não conseguia ficar quieta. Foi ai que ela me receitou outros dois remédios: o Nisalgen (12h/12h) e o Deocil sublingual (8h/8h) além do Ponstan. O Deocil é pra mim, até hoje, um medicamento 'salvador da pátria'.

Fiquei de licença de 29/03 a 03/04, quando eu voltei a tomar apenas o Ponstan (8h/8h) e o Deocil 1x ao dia, ao deitar. Quando tirei o DIU, em 08/04, minha ginecologista mandou parar com o Deocil e só utilizar em caso de dor extrema, pois ele é "viciante".

Como era de se esperar, com a retirada do DIU as dores reduziram bastante. A menstruação desceu, então, em 16/04 e, assim como no mês anterior, no dia seguinte eu tive hemorragia. Desta vez, tomei 3 Transamin, para estancá-la. Foram 4 dias de menstruação, os últimos dias até agora (10/07).

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Essa história começou em fevereiro

Apesar de ter dito aqui que as dores fortes começaram no final do ano de 2010, a minha história com a descoberta da adenomiose começou em fevereiro de 2011.

Eu usava DIU* de cobre há dois anos (desde 6 de janeiro de 2009). Eu sempre senti bastante cólica e tinha TPM, mas nada que me impedisse de levar a vida normalmente. Com o DIU, as cólicas aumentaram, mas a TPM diminuiu, mas ainda assim, as dores me permitiam fazer de tudo, bastando tomar algum remedinho como Buscopam Composto ou Ponstan.

Comecei a sentir muita dor - eram cólicas que se misturavam com dor nas costas - no início de fevereiro deste ano. Cheguei a pensar que era algum problema na coluna e, agora escrevendo por aqui, lembro que essas dores "nas costas" eu já sentia há alguns meses e estava culpando o colchão. Mas as dores sempre passavam, porém desta vez não tinha remédio que resolvesse.

Esperei a menstruação vir - ela veio em 14/02 - mas as dores permaneceram constantes e mesmo depois do ciclo continuaram. O meu quadro piorou no final do mês, com a ovulação e foi quando procurei um ginecologista, mas o médico que me acompanhou desde o início da minha vida (ele me tirou da barriga da minha mãe, o irmão dele foi meu pediatra e ele meu ginecologista desde os 12 anos de idade) estava fazendo um curso fora do país, e sem previsão de volta. Foi então que procurei atendimento com a cunhada do meu esposo que é ginecologista e obstetra. Literalmente um anjo que caiu em minha vida. Fui nela, a primeira vez, em 28 de fevereiro e ela me passou um batalhão de exames dentre eles ultrassom da mama, parede abdominal, transvaginal, hemograma completo e urina.

Em 2 de março fiz a ultra transvaginal que sugeriu a adenomiose e o médico que fez o exame recomendou que eu fizesse uma ressonância magnética da pelve para confirmar o diagnóstico. Ele também identificou ovários micropolicísticos, mas posteriormente verificamos que as imagens vistas fazem parte da adenomiose.

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*Glossário:
DIU - Dispositivo intrauterino - método anticoncepcional que impede a fecundação do óvulo e com isso, é bastante eficaz. Veja mais no ABC da Saúde.
TPM - Tensão pré-menstrual - conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem no período pré menstrual. Veja mais.

O motivo deste blog

Nos últimos 4/5 meses tenho passado por grandes descobertas na minha saúde. A cada nova consulta vem uma nova suspeita e a cada novo exame a confirmação. Bom, vou contar um resumo da minha história.

Nasci em dezembro de 1980, me casei em setembro de 2010. Sou louca para ser mãe e meu esposo para ser pai, mas nem estávamos pensando em ter filho agora. Nos casamos pensando em curtir um pouco a vida a dois e depois partir para a realização de nosso sonho.

Desde dezembro de 2010, minhas cólicas menstruais vinham sendo cada vez mais fortes. Cheguei a não conseguir sair da cama, mas me considero uma mulher muito forte com relação a dores. Fato é que suportei estas dores até o ciclo de fevereiro de 2011 quando as cólicas passaram a ser constantes e muito fortes, chegando a me impedir de usar uma calça jeans, por exemplo.

Em resumo, descobri que tenho adenomiose e focos de endometriose. Neste blog vou contar um pouco desta história, relatando os casos, datas, descobertas e reunindo o que tenho encontrado de informações sobre esta doença, ainda 'nova' para todos. Espero fazer deste espaço um ponto de apoio para mim e para as outras mulheres que sofrem com isso. Fiquem à vontade para comentar, mas, por favor, respeitem cada depoimento escrito aqui, em forma de post ou comentário. Só quem vive sabe o quanto é difícil passar por isso.